segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Saudade de Cores

Bom, eu descobri que a saudade é feita de cores.

Ela começa com um azul sereno, como o céu em dia festivo cheio de bem querer.

Depois ela pede para passar como um alaranjado que nem o por do sol
com os amigos.

Aí ela vai encontrando a ironia que está em mim e me enche de um
vermelho, como o dia em que cortei a perna correndo na bicicleta nova.

Num instante ela corre, fica turva, fica densa, e muda de cor:aquele
vermelho como o vinho, que já transformou situações antes.

E fugindo a tudo o que ela é, ela se torna num azul escuro, como a
tinta da caneta que colore meu papel de letras.

E, como se não bastasse tanta entrega, naquele mar de um azul celeste,
ela perde as estrelas, perde o brilho, perde a luz.

E agora, nesse pingo, e sem um pingo do que ela já foi, minha saudade
está tão escura, que se você não chegar depressa não saberei mais de
que cor ela pode ficar.

E se pode.