A história de nós
dois
Num sábado como
qualquer outro eles se olharam. A respiração dos dois não estava combinada, nem
os movimentos tinham sincronia, mas eram perfeitos por que não deixavam de ser
pura inspiração.
Ela era uma contadora
de histórias, dura, mas tão ingênua ao mesmo tempo. Ele tinha o dom da
felicidade, do sucesso, de saber fazê-la ser a melhor, ate na hora de encher
uma garrafa d’água.
Ela quase nunca sabia
lidar com as coisas de um amor. Não entendia se estava agindo certo, errado,
com coração ou com razão. Em momentos inoportunos suas emoções eram despejadas
com lágrimas que só o travesseiro conhecia. Nas noites de insônia ela jogava
suas letras todas agrupadas em coisas que só faziam sentido para a sua alma
feliz, mas medrosa. Ele tinha certo brilho nos olhos, uma convicção
avassaladora e uma autoridade até sobre aquilo que ele não entendia.
Os dois tinham
implicâncias bobas, como se procurassem algo para fazer que não apenas serem
extremamente felizes e apaixonados. Ela odiava a barba por fazer, ele admirava
a profissão dela e ao mesmo tempo fazia criticas das mais variadas. No fundo,
no fundo era puro divertimento.
Dono de técnicas
incríveis de como servir, amar e ainda ser dependente faziam dele o charme em pessoa. Ela, cheia de
inquietações, se perguntava constantemente em como estar a altura de merecer
tudo aquilo? Mal sabia ela, que ele a achava numa altura compatível, e que
aquele charme não passava simplesmente de ser quem se é, da maneira mais
natural possível.
Numa manha, ele a
abraçou. Foi daqueles abraços que dava costumeiramente nas primeiras horas da
manha. Aquilo fazia parte dele, e era mais uma de suas irresistíveis maneiras
de realizar sonhos. Mas ele nem sabia. Ele não percebia como o coração se
enchia de alegria, e os olhos marejavam.
“Ela percebia todos os
dias e a cada dia o quanto tinha que agradecer.