segunda-feira, 23 de março de 2009

Vou ter que aprender

Ainda não entendo folhas em branco.
Nem o som mudo do teclado.
Me dói não encontrar as palavras certas para as emoções erradas.
A boca fechada quando a cabeça diz tanto.

Tentei decifrar olhares, mas alguns me soam vazios.
Então mudei os passos, os toques, os sorrisos.
Falei sem dizer, cantei só melodia.

Mas nada de céu azul, só encontrei nuvens.
Minhas palavras desenham como os raios de sol nos meus dias.
Claros, precisos e únicos para mim.

Mas, nem sempre é verão, nem sempre é canção e nem sempre é texto.

Vou ter que aprender.

terça-feira, 3 de março de 2009

Esqueceu de aplaudir o amor

Correu o retrato e ali nem me vejo mais.
Capturou a imagem, mas tenho no reflexo o solto.
Virou canção e hoje não tem o por que de tantas cordas
Amanheceu as letras, e hoje tão sem sentido!

Tomou partido, e hoje o queria junto.
Provou do agrado e perdeu o respeito
Afastou as amarras, mas prendeu o caminho
Lembrou o tempo da força, mas descobriu a fuga!

Sentiu o frio aquecido das mágoas
Trancou antigos e escolheu repetições
Percebeu o lugar e desejou a porta.
Pulou a janela e teve pressa.

Escondeu o rompante, consumiu cada prece
Aturou o galope longe
Descansou na conformidade do nó
Esqueceu de aplaudir o amor.