domingo, 31 de julho de 2011

Diálogo de tempo

Esse tem tirado de perto o que há de precioso.

Então, me escute:

- Que arbitrariedade a sua de querer definir a duração de cada circunstância !

- Sim, eu cansei de brigar com o que me importa, agora posso partir direto a você, cheio de épocas e definições de durabilidade.

- Isso só acontece por que você quer transformar tudo em um instante, em quando eu queria que fossem pelo menos dois!
- Mas nem sempre precisa existir movimento. Que demora a passar essa série interrompida de ocasiões...vire o jogo!Transforme o amor numa constância.

- Te explico: o estado de cada coisa em mim e com ele poderia demorar mais do que um simples deguste de compasso!

- Me diz então, como fazer para mante-lo perto não só em ocasião oportuna?

- Tempo, não aguento mais te perder, enquanto me entrerto tentando te segurar.

- Não, eu não tenho como fixar hora para a precipitação. Porque eu não posso por minha conta mudar o ângulo do horário?

- Desse jeito o temporal vira tormenta...eu cansei dessa desigualdade periódica.

domingo, 12 de junho de 2011

De cada distância


De cada visita a tentativa de ser permanente.

De partida, a tentativa de ser inteira.

Cada minuto, a tentativa de ser hora.


De cada voz, a tentativa de ser abraço.

De briga, a tentativa de ser pazes.

Cada refeição, a tentativa de ser velas.


Em cada ação, um grito de conjuga-me!

Em palavra, o cuidado do fugaz.

Cada afronta, um elogio.


Em cada toque, um beijo.

Em caber, uma sorte.

Cada distância, um princípio.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Refeição

Para que saborear tuas falácias ? Se não existe nada nesses argumentos tolos para eu me deliciar?
Não há razão de degustá-las se não encontro vontade de também tê-las em minha boca!
Tuas palavras não tem cheiro, não tem canto, não tem tempero, não me encantam.

E se tu, ainda não percebeste , teus sons em letras não evoluem para nenhuma espécie de beleza! Então te cala! Eu não preciso desse alimento. Eu não quero me saciar com tuas cruzadas compartilhadas e de falso rebusque. Minhas simples mensagens me bastam.

São elas que me dão fome, a elas eu não rejeito.