quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Estou de mudança

Estou de mudança.

Acabei de esvaziar minhas gavetas, embrulhei em jornal meus cds...Tirei as fotos do mural e a poeira dos meus livros.
E que tempo propício para mudanças!

Reli não só as antigas cartas, como também meus valores. Encontrei não só os velhos diários, como ri dos meus amores.
Entendi não só minha velha letra, como o porquê de tantas coisas.
Revi não só minhas fotos, como muito do que fui e do que sou.
Destranquei cada lembrança e tentei -nossa como tentei- guarda-las na memória.
Ri, chorei.
E no meio daquela bagunça, fiquei confusa, fiquei difusa, fiquei revolta.
Desordenei

Estou de mudança.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Antônio Ramalho

Essa tentativa de Cordel eu fiz para meu amigo Antônio Ramalho na nossa noite de Natal. Que me perdoem os cordelistas pelo atrevimento!!hehehehe


O MENINO QUE EU TIREI
É BONITO E É CHARMOSO
TEM BOM GOSTO MUSICAL
CONHECI NA FEDERAL

ESSA RIMA NÃO FOI BOA
MAS VOU LOGO AVISANDO
QUEM QUISER QUE CONTE OUTRA
EU VOU MESMO INVENTANDO

QUE PRA FALAR DE UM HOMI BOM
E DE MUITA AMIZADE
CANTO MESMO EM QUALQUER TOM
SEM TER MEDO E VAIDADE

TEM UM IRMÃO E UMA CUNHADA
QUE EU AMO DE PAIXÃO
TEM TAMBÉM IRMÃO GALEGO
O RESTO NÃO CONTO NÃO!

O CURRICULUM DELE
NA VERDADE É MODESTO
JÁ PEGOU DE A a Z
NÃO FALTA NADA NO ALFABETO
VOU CHAMAR MULHER DE NÚMERO
ELE VAI E PEGA O RESTO...

EU TENHO UMA GRANDE AMIGA
ELA É DO ABC
JÁ DEU UNS BEIJINHOS NELE
A PRETA PAGOU PRA VER
E PARECE QUE FOI BOM
SÓ ISSO QUE VOU DIZER

NUNCA FUI NA CASA DELE
MAS CONHEÇO SUA MORADA
É UMA PARTE DO LAR
E TEM PIADA ENGRAÇADA:
NUNCA VEJO ELE NO QUARTO,
SEMPRE VEJO É NO TERRAÇO

TEM TAMBÉM UMA COISA ÓBVIA
ME RECUSO A DIZER:
NÃO, NÃO É O PAI CANTOR
NEM GOSTAR DE MPB
O QUE ESSE CABRA AMA MESMO
MEU PRESENTE VAI DIZER.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Neste Natal

Não, eu não sou boazinha só no Natal.
Mas sim, eu fico mais sentimental do que nunca.


Neste Natal, a melancolia que se conhece,

Ilumina tantos sonhos
Presenteia tantas mudanças
Enfeita tantas possibilidades
Embrulha tantos ideais

Pontua o relógio de esperança
Prepara um banquete de promessas
Coloca laços nos prantos
Deixa secretos os encantos

Toca sinos aos ouvidos
Leva agradecimentos a porta
Doa inocências e opiniões
Entoa coros de entendimentos.

Neste Natal, com a melancolia que se conhece,

Quero a armadura inabalável
Peço as antigas promessas
Espero a perfeição do consolo.

Neste natal, quero que escutem minha voz.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Partiu

Meu belo abraço. Meu sorriso, forte.
Minhas mais sinceras linhas, minhas mais medrosas letras.
Minha aguardada surpresa. Minha esperada coincidência.

Meus fios dourados, meu olhar de céu.
Meu fôlego de beleza, meu truque, minha magia.
Minha felicidade temerosa...

O (in) esperado aconteceu!

Partiram de você
Partiu você.

Me partiram.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

ACESSÓRIOS

para Gilmara e Clébio


OUTRO DIA UM SENHOR DE CABELOS BRANCOS E CINTO DA COR DO SAPATO LEVANTOU E DISSE:
- BOA TARDE, TRABALHO NO RAMO IMOBILIÁRIO E QUERIA SABER SE ALGUÉM TEM INTERESSE EM COMPRAR OU ALUGAR. SE TIVEREM, FICAREI AQUI NA PRIMEIRA CADEIRA DO ÔNIBUS ATÉ A LAGOA.

DEVE SER A CRISE NA BOLSA, PENSEI. VIREI-ME PARA COMENTAR COM QUEM ESTAVA AO MEU LADO E AQUELE SURFISTA COM A BARBA POR FAZER TINHA FONES NOS OUVIDOS. SORRI SOZINHA DA INICIATIVA DO SENHOR. OLHEI PARA OUTRAS CADEIRAS VIZINHAS E DUAS MULHERES FALAVAM NO CELULAR. UMA ADOLESCENTE TAMBÉM ESCUTAVA MÚSICA ASSIM COMO O RAPAZ AO MEU LADO.

TATEEI NA MINHA GIGANTE BOLSA E ACHEI MEUS FONES. CONECTEI. BOA MÚSICA. ACABEI MANDANDO UMA MENSAGEM DE TEXTO PARA UMA AMIGA CONTANDO DA NOVA ABORDAGEM DO MERCADO IMOBILIÁRIO. DEPOIS DISSO TIVE CERTEZA: VIROU ACESSÓRIO DOS MAIS COMUNS: ESTAR SÓ. VIROU ACESSÓRIO DOS MAIS COMUNS NÃO INTERAGIR PESSOALMENTE.

E ERA MEU ACESSÓRIO. MEU MAIS COMUM JEITO DE VIAJAR SOZINHA E DE PERMANECER SOZINHA. OLHAR PARA A JANELA, LER AS PROPAGANDAS DOS OUTDOORS, AUMENTAR O VOLUME DA MÚSICA PARA NÃO OUVIR AQUELE MENININHO QUE FALOU PARA A MÃE QUE IRIA CONTANDO DE UM ATÉ O INFINITO ENQUANTO NÃO CHEGASSE AO DESTINO.

CONVERSO MAIS COM LUZINHAS AZUIS PISCANDO NO MONITOR DO MEU COMPUTADOR DO QUE COM LUZINHAS LARANJAS E VERDES NOS LETREIROS DOS ÔNIBUS. E É POR QUE ELES TÊM FALADO SEMPRE COMIGO: “BOA NOITE”, “BOA TARDE”, “FELIZ DIA DAS CRIANÇAS” (ESSE ÚLTIMO NÃO FOI PARA MIM, MAS QUE SEJA).

RECLAMAMOS SE ESTAMOS SOZINHOS. OLHAMOS TODOS OS DIAS SE NOSSO NÚMERO DE AMIGOS NO ORKUT AUMENTOU, OU SE RECEBEMOS E-MAILS (ATÉ SE FOREM CORRENTES OU SPAMS NOS SENTIMOS QUERIDOS). OLHAMOS NOSSAS CAIXAS DE ENTRADA, MAS NÃO NOS ABRIMOS PARA RELACIONAMENTOS REAIS. REAIS COMO LIVRO COM CHEIRO DE MOFO. REAIS COMO DISCOS DE VINIL COM UM ARRANHÃO E VITROLA DE AGULHA ROMBUDA.

NOSSOS ACESSÓRIOS SÃO OUTROS. ESTAMOS SÓS.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

fora de linha

Minha vida tem fio
De primeira linha
Linha aberta, linha direta

Linha de passe
Linha do tempo
Linha no asfalto
Linha de pensamento

Perdi a linha
Achei o nó

Linha pura
Linha horizontal
Linha dura
Linha vertical

Dei linha
Saí da linha
Cheguei na linha

Linha reta
Linha mestra
Linha do horizonte
Linha do mar

Minha vida tem fio
Costurado com linha
Linha de crédito
Linha de frente

Linha que muda
Meu rumo crescente



Fim...

...da linha

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Acreditar

Ora não venha me dizer que acredita , quando bem sei que o que minha boca disse teus olhos não puderam ver.

Bem sei que minha verdade, para tu, foi um som mudo como de mestres que explicam teorias só por que existem.

Ora, não venha me dizer que acreditasse naquele monte de palavras, quando na verdade, TUA verdade te diz que fico em silêncio quando não devo, e falo quando não é preciso.

Não venha me dizer que acreditou, por que me parece que ali foi criado o silêncio que não fiz, só para que tuas certezas pudessem ser minhas.

Pude ouvir teu olho fechando, tua voz piscando, teu ouvido filtrando a mim.

Ora, então não me diz que acredita, quando sei que apenas tua verdade é importante...

...para ti.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

presente

Aqueles ontens repletos de verdades
cheios de certezas, de pureza
de carinho

Aquele ontem que eu chorei por que tive medo
e você estava ali tão certo.

Aquele ontem que eu sorri por que não tinha o que dizer

Aquele ontem que eu disse, por que não tinha por que sorrir

Aquele ontem, que hoje me fez perceber

que os MELHORES presentes são dados em segredo.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

perfume

Meu quarto.

Ali, meu travesseiro, meu colchão incorreto, meu jeito de dormir com a mão segurando o rosto- com medo de perder alguma coisa.

Ali, no meio disso tudo, de tanta identidade, de tanta personalidade, tanto do que é meu, e em mim, senti um perfume.o MEU.

Meu novo perfume, que minha mente de associações leva a você.
Meu perfume, só me faz lembrar você.Só me faz lembrar você por que na verdade, ele é SEU.

Não por que você me deu, não por que se fez presente em mim.

Meu perfume é SEU por que nele está imbutido uma boa lembrança.
Nele está imbutido aquele olhar por cima do meu, aquele sorriso e aquele afago.

Nele está imbutido toda confiança, intimidade, carinho, compreensão, sinceridade.

Nele, sinto mudanças boas.Nele, sinto você.

domingo, 5 de outubro de 2008

preces

.

Bem depois daquele choro disfarcado
daquela lágrima escondida,
da risada sem graca, do aperto no peito

Reconheci minhas preces!

Reconheci ali meus pedidos...
Visualizei meus desejos
Minhas vontades...meus anceios.


Tive por um instante, bem a minha vista
as reflexões antes de dormir
os pensamentos à janela do ônibus
os diálogos dos filmes
a trilha da propaganda ideal
as conversas intermináveis com a amiga
o carinho que diziam nos livros...

Ali, bem ali, eu fui atendida.

Ali, eu fui feliz.

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Campanha

Setembro, 30 de.





O que seria de mim se não as letras? Por mim, nada dito seria melhor se não através delas.


Por isso, cá estou eu, nessa sala de “improvisos jornalísticos” tentando prever as lembranças que terei.


O barulho do dominó nas mesas, o cochilo no camarim ou as risadas no cajueiro? O jingle sendo repetido várias vezes na sala de Kilha, ou Camila e Ferreira a minha frente tentando escrever um?


Alguns dias serão lembrados com um carinho diferente, como Dj me disse.


Dias em que se bate a porta e diz: “...você é uma boa moça. “ Dias em que se volta cantando no carro, dias rindo das sonoras. Dias de conversas no MSN, de compras no shopping, de cinemas, de caronas...


Alguns dias marcantes, por que foram dias de aprendizado. As conversas sobre o amor, remexendo os pés na brita e refletindo sobre nossas próprias vidas. Os papos profissionais, as lembranças de outras épocas, as não-lembranças de época alguma.


Manhãs de conselhos com Pipa, de apontamentos de Kátia, de sorrisos de Tamara. Tardes de abraços de Jú, de beijos de Giva, de carinho de seu Biu.


Noites de piadas de Jorginho – quando entendo o que ele fala- de bolo baeta , conversas e boas risadas com André.


Dias de conversas com Renato, de debates com Anderson, de gracinhas de Kilha.


Aniversários comemorados, apelidos criados, carinho que merece ser mantido.


Fotos, interpretações e comentários de Demo. Como não sentir saudades?


Análises e mais análises com Mariana, músicas com Rafa, cinema, coca-cola e amizade de David, aulas com Santana e Luz com Tallita... O sentimento e a amizade de Camila, as imitações e a saudade de Ferreira...


Ah, nossos dias!


Tantos, muitos, danados de dias sem descanso.


Ah, nossos momentos! Deles sim, sentirei saudade.

domingo, 28 de setembro de 2008

Porta

E se eu for abrir a porta e você estiver lá?


E se eu abrir a porta, e você estiver lá, com sua piadinha sem graça, sua covinha na bocheca e sua habilidade para me deixar desconcertada?

E se você estiver lá, sorrindo, como se pudesse me dar exatamente o que eu não tenho?

Ow meu bem, se eu abrir a porta, e você estiver lá, com seu óculos de grau e sua camisa- aquela, que é sempre a mesma- o que eu vou fazer?

O que eu vou fazer com essa sua timidez escrachada , essa sua lucidez louca? O que eu farei com você a minha porta?

E se você não estiver lá? Não estiver me pedindo para ficar? Para fazer parte? Para ser comigo?


Bem, se você não for estar lá, não há por que ter porta.

domingo, 21 de setembro de 2008

Mudanças

[esse vai voltar ao 'público' por que é hora. a hora.]

Não temos mais uma trilha sonora como a legião de antes.
Não sei se ainda temos os mesmos personagens preferidos, ou pelo que discordar.
Não sei a quantas anda nosso filme, nem quais são os nossos filmes.
Na verdade não lembro se tínhamos um.

Não sei se você ainda é mais inteligente do que eu, se sabe cozinhar, se ainda consegue me ajudar a adivinhar os dubladores.

Nossas roupas não são mais motivos de brigas, e eu não sou mais a sua bonequinha.

Nosso Jogo acabou, por que o video-game era seu.. O patins também.
A fantasia era sua, a auto-estima era sua. O cuidado era meu.

Não temos mais o cachorro para disputar o carinho. Não temos mais o espelho para dividir.

Sei que não temos os mesmos gostos. Nunca tivemos.

Não sei mais dos sabores, das cores, dos sons. Descubro os meus. Não sei se você encontrou os seus.

Jä desisti de muitas, já encarei diversas. Já errei como você, já fiz o que condenei.
Já fui tão igual e já fui tão, mas tão diferente.

Ainda tenho os mesmos sonhos. Não os mesmos ideais.
Ainda tenho as caixas de lembrancas. Não as mesmas lembrancas.

Ainda tenho com quem dividir.
Só não é você.

sábado, 13 de setembro de 2008

Camila

Ela tem uma cara de claro do dia
Ares de bonita melodia
Jeito de vou muito bem
Nuances de poesia

Ah essa Camila!

Ela tem cara de melhorar
Ares de inventar
Jeito de mudar
Nuances de criar

Ela tem a cara lavada e a alma pintada
E não, não é a toa, para mim ela é notícia boa.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Migalhas de Pão

Muitas análises para encontrar rumos.
Danados de caminhos.

Montes de ladrilhos nem sempre dourados.

Tantas análises em busca de direções de rosas e de ventos.

Muitas, montes, tantas... e nada. Nada de marcas, nem de migalhas de pão.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Nem pedi

Na verdade eu nem pedi aplausos, nem abraços, nem apertos de mãos.

Na verdade, o que eu queria mesmo era um estalar de dedos, um coro bonito ou uma dancinha única.

Eu nem pedi aplausos. Juro. Eu queria só o olho pequeno quando se ri, ou melodia nova para aquela minha letra.

Eu nem pedi abraços. Eu queria mesmo era aquela olhadinha discreta, que tocaria só em mim.

Eu nem pedi apertos de mãos. Eu precisava só de um tapinha nas costas.