quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Caixa


Guardei meu sofrimento numa caixinha.
Não numa caixinha qualquer.
Guardei no pacotinho que escrevi dor.
Ficaram lá aqueles dias em que jogávamos Super Mario e eu sempre tinha direito a duas vidas.
E com carinho armazenei as sextas que íamos com painho a locadora escolher desenhos...
Cada minuto das briguinhas de criança também foram deixadas lá.
E o dia que comemos um queijo do reino inteiro?Separei.
Brincar de boneca com a caixa de papelão, cozinhar flores e ler livros de banca de revista. Tudo isso tá lá, debaixo da tampinha.
Outras coisas que não merecem ser ditas também ficaram ao fundo, infelizmente.
Preciso de outra caixa para selá-las, mas ainda não consegui espaço para as pedras, Elas pesam e machucam.

Fazem dois anos hoje que eu fechei essa caixa.
Mas nesses dois dias de alguma forma ela se abre.
Eu tento fechá-la, mas cada lágrima derramada tem a força de uma maré.
Então eu desisto e me deixo levar.
Para 2013 prometo mudar o nome dessa caixinha.
Vou conseguir chamá-la de saudade.


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