Nada contra as letras – o que é bem óbvio - mas hoje prefiro a voz. Em qualquer tom. Queria ouvir como fosse, e saber por que da nossa estar tão afastada uma da outra.
Eu tenho algo a dizer, mas, por mais estranho que pareça me faltam letras e me sobra voz.
E não sei dar aquele suspiro tão particular com caracteres.
E não sei esperar que ela vá em ondas dizer o que eu nem digo.
E com letras não posso bebê-la num beijo...Nem cheirá-la num suspiro.
Hoje queria a voz.Por mais rude que ela fosse.
Hoje queria sentir o tom, ouvir o obvio, sair das linhas.
Hoje queria a confiança do timbre, a gravidade do que ninguém vê.
“Branca de Neve”: Uma versão pálida
Há uma semana